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por Rox Qua 11 Out - 19:43
A Verdadeira Família Soprano
As Novas Divas do Canto Lírico Rejuvenescem o Cenário Clássico
Ao voltar para o hotel depois de um concerto em Hamburgo, Alemanha, a soprano russa Anna Netrebko ouve alguém berrar seu nome. Foi reconhecida por um grupo de fãs. Na verdade, um grupo de motociclistas, que a elogia educadamente e lhe pede autógrafos. O episódio, testemunhado pela produtora executiva Ute Fesquet, da gravadora de Anna, a DG Deutsche Grammophon, dá uma boa mostra da popularidade da soprano fora de seu nicho. Seu jeito descontraído, de popstar, contribuiu para isso. E ela não está só. Visual e atitude modernos caracterizam outras jovens cantoras líricas que surgem como apostas da indústria fonográfica.
As Novas Divas do Canto Lírico Rejuvenescem o Cenário Clássico
Ao voltar para o hotel depois de um concerto em Hamburgo, Alemanha, a soprano russa Anna Netrebko ouve alguém berrar seu nome. Foi reconhecida por um grupo de fãs. Na verdade, um grupo de motociclistas, que a elogia educadamente e lhe pede autógrafos. O episódio, testemunhado pela produtora executiva Ute Fesquet, da gravadora de Anna, a DG Deutsche Grammophon, dá uma boa mostra da popularidade da soprano fora de seu nicho. Seu jeito descontraído, de popstar, contribuiu para isso. E ela não está só. Visual e atitude modernos caracterizam outras jovens cantoras líricas que surgem como apostas da indústria fonográfica.
Rox- Nadando na Lata Velha da ISS
Re: F4míL14..S0pr4n0
por Rox Qua 11 Out - 19:45
“Os puristas não gostam do fato de que tentamos trazer à tona a personalidade dos artistas. Anna é talvez o melhor exemplo. Ela conseguiu atrair para a música operática um público que não se interessava muito por isso. Até agora, ela não gravou qualquer coisa que não seja música clássica. Mas é vista em contexto com astros de cinema e cantores pop, pelos quais é fascinada, como qualquer outra garota normal. Chegou ao número quatro da parada pop com árias de ópera, e não com algum arranjo de “Jingle Bells”. Por isso achamos que estamos no caminho certo. Quando falo com jornalistas, tenho a sensação de que nos vêm como uma força poderosa que, com dinheiro e marketing, conseguimos criar tal fenômeno. Mas não é assim. Conversamos com os artistas e tentamos descobrir o que eles têm a nos dizer. Não pegamos uma cantora e a transformamos em algo que queremos” – conta Ute, que acompanhava Anna naquela noite em Hamburgo.
Rox- Nadando na Lata Velha da ISS
Re: F4míL14..S0pr4n0
por Rox Qua 11 Out - 19:48
Ute garante que são os artistas que controlam suas imagens e suas carreiras.
“Nem sempre fiquei feliz com a aparência de Anna nas capas. Ela já quis, por exemplo, aparecer com um aplique nos cabelos que achei horrível! Mas ela insistiu. Graças a Deus, para o próximo projeto, ela se decidiu por algo diferente.” – confessa Ute.
Por falar em cabelos, os da soprano canadense Measha Brueggergosman, contratada pela DG, são a primeira coisa que atrai os olhares: um penteado afro, bastante exuberante. Em seguida, notam-se piercings no nariz, e a pose de quem está numa discoteca na foto de seu primeiro cd lançado pela DG, camisetas com mensagens espirituosas e um bom humor que facilita a comunicação com o público. Quando esteve no Rio, por exemplo, ela contou à plateia que adorara o Pão-de-Açúcar e as nossas churrascarias.
Rox- Nadando na Lata Velha da ISS
Re: F4míL14..S0pr4n0
por Rox Qua 11 Out - 19:49
“Deixo o meu cabelo ao natural por preguiça. É cansativo alisá-lo. Só porque tira boas fotos, não quer dizer que você vai cantar bem. O que distingue a nossa geração é que somos o produto de uma educação de alto nível. Nós nos beneficiamos das gerações que nos precederam. Sem cultivar a plateia, a música clássica não vai sobreviver. A cultura pop produz muita porcaria, e os artistas clássicos podem se beneficiar disso, elevando o padrão da exigência das pessoas na musica.
Há muitas belas obras que são acessíveis aos público leigo e experiente. Quando planejo meu repertório e minha carreira, tenho a preocupação de educar e entreter as pessoas” – diz Measha.
Rox- Nadando na Lata Velha da ISS
Re: F4míL14..S0pr4n0
por Rox Qua 11 Out - 19:51
Formar (e informar) o público também é preocupação da soprano australiana Danielle de Niese, que, no mesmo dia desta entrevista, já tinha visitado uma escola onde discursou e se apresentou para jovens alunos. Seu rosto lembra Jennifer Lopez, seu estilo de vestir é jovial, e, no palco, ela às vezes faz coreografias enquanto canta. Parece pop, mas não é, desde o seu primeiro cd pelo prestigioso selo Decca, de 2007, que trazia árias de Händel.
“Gosto de assumir riscos como o de fazer coreografia cantando “Giulio Cesare”, mas não riscos com minha voz. Comecei a dançar aos 6 anos, fiz jazz, balé clássico e folclórico, e sapateado. Estudei dança até os 16 anos, então é algo natural para mim. Se não fosse, não o faria. Acho importante fazer o público atravessar a fronteira para a música clássica, e não nós, artistas, atravessarmos para outro lado, fazendo concessões.” – opina a cantora, que, fora dos palcos, ouve outras bandas além de compositores clássicos.
Sobre o papel da beleza na indústria atual, ela faz uma análise astuta:
“A tecnologia avançou. Hoje, as pessoas têm aparelhos de alta definição de imagem em casa, e vêm os cantores em close-up nos dvds. Acho que isso levou a uma maior preocupação com o visual. Embora que a beleza, no mundo da ópera, sempre tenha sido muito valorizada.”
“Gosto de assumir riscos como o de fazer coreografia cantando “Giulio Cesare”, mas não riscos com minha voz. Comecei a dançar aos 6 anos, fiz jazz, balé clássico e folclórico, e sapateado. Estudei dança até os 16 anos, então é algo natural para mim. Se não fosse, não o faria. Acho importante fazer o público atravessar a fronteira para a música clássica, e não nós, artistas, atravessarmos para outro lado, fazendo concessões.” – opina a cantora, que, fora dos palcos, ouve outras bandas além de compositores clássicos.
Sobre o papel da beleza na indústria atual, ela faz uma análise astuta:
“A tecnologia avançou. Hoje, as pessoas têm aparelhos de alta definição de imagem em casa, e vêm os cantores em close-up nos dvds. Acho que isso levou a uma maior preocupação com o visual. Embora que a beleza, no mundo da ópera, sempre tenha sido muito valorizada.”
Rox- Nadando na Lata Velha da ISS
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